quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Os indios.
Incultos, mas feliz, vivia o índio brasileiro no seu habitat,
sem angústias, sem pressões. Caçava, pescava e amava.
Aprendia a nadar desde criancinha, via Deus na natureza, dançava, brincava e tinha relação sexual normalmente, sem maldade nem anomalia.
Tudo pra ele era belo.
Sua sabedoria vinha dos antepassados e da experiência adquirida no dia- a- dia.
A morte era continuação natural do viver e a velhice respeitada.
A tribo era uma só família.
Ironicamente este estado de coisa mudou.
Com a finalidade de catequizar, chegaram, à selva, o homem branco, os missionários católicos.
Poderiam estar imbuídos de boas intenções, pois seu objetivo era: "Salvar almas".
Traziam, para os índios, um Deus temor, um Deus de vingança.
Livres por natureza, os indios se rebelaram insistindo em "viver em pecado", segundo os missionários.
O padrão de comportamento dos brancos era diferente, viam o mal onde não existia.
Houve epidemias, transmitidas pelos catequistas, dizimando aldeias inteiras. Descrevendo um surto de varíola que destruiu um povoado inteiro no interior de São Paulo (1565), registrou Anchieta (o venerável):
"Dos meninos inocentes, se há enviado uma boa cópia deles à glória com essas enfermidades.
Louvor ao Senhor que de todos tem cuidado...Num breve espaço de tempo morreram muitos e a maior parte foi inocente, de cada dia morreram três, quatro, às vezes mais para povoação tão pequena. foi uma boa renda para nosso Senhor".
Oh Deus! Ele acreditava que as epidemias eram o "justo castigo"e que a morte, "uma boa renda para os céus".
Não perceberam serem eles os causadores das contaminações e achavam que eram preservados por serem puros e estarem com Deus.
Fanatismo, despreparo espiritual!
Como os índios brasileiros, também os Incas, Astecas morreram de um surto de sarampo e varíola. Hoje, no mundo inteiro existem poucos índios.
Suas terras foram tomadas pelos fazendeiros e seringueiros.
Os poucos, que sobraram, tornaram-se doentes, angustiados,. alcoólatras e pedintes.
Os homens brancos alteraram seu viver, violaram sua paz e liberdade. No momento, eles são uns pobres coitados, sem estímulo, rumo e direção.
Muitas dores desnecessárias...Muito desconhecimento, parte do homem branco.
Mas...A vida continua e, quem sabe se um dia, talvez eles se recomponham.
Texto tirado do livro :A Influência do ontem no hoje.
de Maria Selma Motta Jardim.
Muito bom.
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